segunda-feira, 20 de abril de 2020

ATIVIDADES NONO ANO - SEMANA 2

ATIVIDADES DE GEOGRAFIA






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ATIVIDADES DE ARTES


Com revistas e jornais que não tem mais serventia, os alunos deverão elaborar uma montagem  demonstrando como a política dos governantes interferem no dia a dia das pessoas atualmente. Sugiro que deem uma olhada nos noticiários, pois a todo momento estão falando sobre isso.

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ATIVIDADES DE HISTÓRIA


Queridas alunas e alunos, estas são as tarefas de História para a nossa segunda semana de atividades domiciliares.

Leitura:
A Revolta da Vacina

Em 1904, no Rio de Janeiro, ocorre a chamada Revolta da Vacina. Juntamente com a questão sanitária e de higienização da então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, emergem também questões sociais como o controle exercido pelas autoridades sobre a população da cidade, especialmente a mais pobre.
Em nome da erradicação das doenças e da necessária modernização da cidade em função dos interesses do setor dominante da economia e da política brasileira, os grandes proprietários de terras ligados às plantações e à exportação do café, foram realizadas reformas que implicaram inclusive na remoção de populações inteiras de seus locais de moradia.
Novos traçados de ruas, expulsão dos pobres do centro da cidade para as regiões distantes, que virão a formar os subúrbios e a periferia da cidade fazem das reformas uma “faxina”. Tudo em nome da modernização e da “europeizacão” da cidade do Rio de Janeiro. Em dimensões proporcionais ao tamanho das demais cidades importantes do Brasil no início do século XX, tais reformas foram feitas em todas as capitais dos estados do Brasil (em Porto Alegre esse processo se deu cerca de dez anos depois, na década de 20).
Tudo isso fez com que as campanhas de vacinação tivessem, aos olhos da população, um caráter político muito forte, e negativo no que se refere aos pobres que estão sendo removidos. Resulta daí que por cerca de uma semana, entre 10 e 16 de novembro de 1904, as ruas do Rio de Janeiro tenham se tornado um palco de tiroteios, barricadas e bondes tombados, numa luta entre a população e as forças policiais e militares do governo. Enquanto isso, a febre amarela e a dengue (a mesma doença que ainda hoje mata milhares de pessoas em todo continente americano) seguiam contaminando e matando pessoas.
Somado a tudo isso havia também movimentos políticos que se contrapõem ao governo federal, e um golpe militar é iniciado em meio a toda a movimentação de contrariedade às políticas de vacinação.
De fato a situação nos mostra como questões de saúde pública não podem ser tratadas sem o entendimento de suas implicações econômicas e políticas. Também é importante notar que quando se tratam de doenças em grandes populações há sempre um conjunto de interesses econômicos que nem sempre caminha na mesma direção da saúde da população. E há ainda, nesse contexto todo, a figura do médico Osvaldo Cruz, personagem importante na condução das politicas públicas de vacinação e saúde pública no Brasil do início do século XX.

Interpretação:

Após a leitura do texto acima, escreva, no seu caderno de história, um texto em que os  fatores que determinaram a Revolta da Vacina sejam comparados com os fatores que atualmente marcam o combate à pandemia da COVID-19. Escreva tentanto responder se há mais semelhanças ou diferenças entre o que aconteceu em 1904 e o que está acontecendo hoje, no combate ao Coronavírus.

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Carta Aberta para as alunas e alunos de História, durante o período
de isolamento provocado pela pandemia da COVID-19 (março/abril de 2020)

Porto Alegre, 13 de abril de 2020
EMEF Pres. João Belchior Marques Goulart

Queridas alunas e alunos...

Espero encontrar a todos com saúde e disposição para fazermos mais esta travessia. Numa caminhada que nos surpreendeu, mas que parece, olhando com perspectiva histórica para alguns meses atrás, ou mesmo anos, estava para acontecer. Nossa sociedade e sua relação com o planeta, nos últimos quinhentos anos baseada no consumo acelerado dos recursos naturais e na indiscriminada exploração humana, parece que nos trariam para esse lugar. Agora, junto com os  esforços para superarmos a crise específica provocada pela pandemia da COVID-19, também podemos repensar nosso modo de vida, nossos vínculos com a Terra e com a natureza e, acima de tudo, nossa relação como humanos...
Mas não chegamos até aqui por acaso. É para saber como chegamos a esse momento que serve a História. E para nos ajudar a saber e escolher o que fazer daqui para diante.
Sempre que me perguntaram, nas escolas em que trabalhei:
     Mas profe, pra que a gente precisa mesmo estudar História? É um monte de coisas velhas que já aconteceram!
Eu respondi:
     Estudamos História não só para conhecer e entender o que aconteceu no passado, mas também para saber como e porque chegamos até o presente, e o que teremos que, poderemos, necessitamos ou queremos fazer daqui para frente, no futuro, coletivamente, como sociedade!!!
Nem sempre essa resposta convenceu os alunos e alunas. E continuavam olhando para a História como mais uma obrigação que tinha sido colocada na frente deles e delas, por uma escola que não parecia muito se preocupar com o que eles e elas pensavam.
Até que apareceu a pandemia da COVID-19...
Com a pandemia fica muito mais fácil explicar o papel da História nas nossas vidas... Será que agora dizer que estudar História serve para conhecer o passado, agir no presente e projetar, mesmo transformar se for preciso, o futuro é mais convincente, tem mais sentido, é mais forte? Eu penso que sim, pois agora a gente consegue, como poucas gerações na História da humanidade, entender os efeitos das ações humanas no planeta e em todos os seres vivos, suas consequências a longo prazo e o que é preciso fazer para torná-las, as ações, positivas, solidárias, coletivas, fraternas...
Que assim consigamos construir, daqui para frente (mas sem esquecer as lições do passado que só a História é capaz de dar), um mundo onde a exploração da Terra, da natureza, das plantas, dos animais, das montanhas, dos rios, dos oceanos, das florestas, do vento, do ar, do sol, da chuva, das pessoas... a exploração da VIDA... seja substituída pela superação das desigualdades, pela compreensão da diversidade e das diferenças, pela convivência, pelo fim do racismo e da homofobia e da discriminação de gênero e de todos os outros preconceitos que nos separam e afastam, pelo abandono das ações que geram escassez e pela adoção de uma atitude que promova fartura (e que a distribua)... pela promoção da VIDA, em todas as suas formas!
Que agora pensemos em um mundo mais coletivo para o nosso futuro... já agora, durante este período de distanciamento, extraordinário... e daqui para a frente... como numa caminhada que vem sendo feita desde que o mundo é mundo, antes mesmo do homem viver por aqui, e que toca a nós continuar...
Pois é... acho que é para isso que serve mesmo a História... nos ajudar a seguir caminhando... e eu também penso que estamos diante de uma grande transformação, como nas revoluções que estudamos na História... e seremos nós, com nossas escolhas e ações, que construiremos os seus caminhos e definiremos os seus rumos... puxa, é bastante coisa!!!
Com um grande abraço, cheio de afeto, amorosidade e esperança, do seu professor de História!!!

                                                                                                   Manoel José


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