ATIVIDADES DE GEOGRAFIA
*********************************************************************************
ATIVIDADES DE ARTES
Com revistas e jornais que não
tem mais serventia, os alunos deverão elaborar uma montagem demonstrando como a política dos governantes
interferem no dia a dia das pessoas atualmente. Sugiro que deem uma olhada nos noticiários, pois a todo momento estão falando sobre isso.
********************************************************************************************************
ATIVIDADES DE HISTÓRIA
Queridas
alunas e alunos, estas são as tarefas de História para a nossa segunda semana
de atividades domiciliares.
Leitura:
A Revolta da Vacina
Em
1904, no Rio de Janeiro, ocorre a chamada Revolta da Vacina. Juntamente com a
questão sanitária e de higienização da então capital do Brasil, o Rio de
Janeiro, emergem também questões sociais como o controle exercido pelas
autoridades sobre a população da cidade, especialmente a mais pobre.
Em
nome da erradicação das doenças e da necessária modernização da cidade em
função dos interesses do setor dominante da economia e da política brasileira,
os grandes proprietários de terras ligados às plantações e à exportação do
café, foram realizadas reformas que implicaram inclusive na remoção de
populações inteiras de seus locais de moradia.
Novos
traçados de ruas, expulsão dos pobres do centro da cidade para as regiões
distantes, que virão a formar os subúrbios e a periferia da cidade fazem das
reformas uma “faxina”. Tudo em nome da modernização e da “europeizacão” da
cidade do Rio de Janeiro. Em dimensões proporcionais ao tamanho das demais
cidades importantes do Brasil no início do século XX, tais reformas foram
feitas em todas as capitais dos estados do Brasil (em Porto Alegre esse
processo se deu cerca de dez anos depois, na década de 20).
Tudo
isso fez com que as campanhas de vacinação tivessem, aos olhos da população, um
caráter político muito forte, e negativo no que se refere aos pobres que estão
sendo removidos. Resulta daí que por cerca de uma semana, entre 10 e 16 de
novembro de 1904, as ruas do Rio de Janeiro tenham se tornado um palco de
tiroteios, barricadas e bondes tombados, numa luta entre a população e as
forças policiais e militares do governo. Enquanto isso, a febre amarela e a
dengue (a mesma doença que ainda hoje mata milhares de pessoas em todo
continente americano) seguiam contaminando e matando pessoas.
Somado
a tudo isso havia também movimentos políticos que se contrapõem ao governo
federal, e um golpe militar é iniciado em meio a toda a movimentação de
contrariedade às políticas de vacinação.
De
fato a situação nos mostra como questões de saúde pública não podem ser
tratadas sem o entendimento de suas implicações econômicas e políticas. Também
é importante notar que quando se tratam de doenças em grandes populações há
sempre um conjunto de interesses econômicos que nem sempre caminha na mesma
direção da saúde da população. E há ainda, nesse contexto todo, a figura do
médico Osvaldo Cruz, personagem importante na condução das politicas públicas
de vacinação e saúde pública no Brasil do início do século XX.
Interpretação:
Após
a leitura do texto acima, escreva, no seu caderno de história, um texto em que
os fatores que determinaram a Revolta da
Vacina sejam comparados com os fatores que atualmente marcam o combate à
pandemia da COVID-19. Escreva tentanto responder se há mais semelhanças ou
diferenças entre o que aconteceu em 1904 e o que está acontecendo hoje, no
combate ao Coronavírus.
****************************************************************************************************
Carta Aberta para as
alunas e alunos de História, durante o período
de isolamento provocado
pela pandemia da COVID-19 (março/abril de 2020)
Porto Alegre, 13 de abril de 2020
EMEF Pres. João Belchior Marques Goulart
Queridas alunas e
alunos...
Espero
encontrar a todos com saúde e disposição para fazermos mais esta travessia.
Numa caminhada que nos surpreendeu, mas que parece, olhando com perspectiva
histórica para alguns meses atrás, ou mesmo anos, estava para acontecer. Nossa
sociedade e sua relação com o planeta, nos últimos quinhentos anos baseada no
consumo acelerado dos recursos naturais e na indiscriminada exploração humana,
parece que nos trariam para esse lugar. Agora, junto com os esforços para superarmos a crise específica
provocada pela pandemia da COVID-19, também podemos repensar nosso modo de
vida, nossos vínculos com a Terra e com a natureza e, acima de tudo, nossa
relação como humanos...
Mas
não chegamos até aqui por acaso. É para saber como chegamos a esse momento que
serve a História. E para nos ajudar a saber e escolher o que fazer daqui para
diante.
Sempre
que me perguntaram, nas escolas em que trabalhei:
– Mas profe, pra
que a gente precisa mesmo estudar História? É um monte de coisas velhas que já
aconteceram!
Eu
respondi:
– Estudamos História não
só para conhecer e entender o que aconteceu no passado, mas também para saber
como e porque chegamos até o presente, e o que teremos que, poderemos,
necessitamos ou queremos fazer daqui para frente, no futuro, coletivamente,
como sociedade!!!
Nem
sempre essa resposta convenceu os alunos e alunas. E continuavam olhando para a
História como mais uma obrigação que tinha sido colocada na frente deles e
delas, por uma escola que não parecia muito se preocupar com o que eles e elas
pensavam.
Até
que apareceu a pandemia da COVID-19...
Com
a pandemia fica muito mais fácil explicar o papel da História nas nossas
vidas... Será que agora dizer que estudar História serve para conhecer o
passado, agir no presente e projetar, mesmo transformar se for preciso, o
futuro é mais convincente, tem mais sentido, é mais forte? Eu penso que
sim, pois agora a gente consegue, como poucas gerações na História da
humanidade, entender os efeitos das ações humanas no planeta e em todos os
seres vivos, suas consequências a longo prazo e o que é preciso fazer para
torná-las, as ações, positivas, solidárias, coletivas, fraternas...
Que
assim consigamos construir, daqui para frente (mas sem esquecer as lições do
passado que só a História é capaz de dar), um mundo onde a exploração da Terra,
da natureza, das plantas, dos animais, das montanhas, dos rios, dos oceanos,
das florestas, do vento, do ar, do sol, da chuva, das pessoas... a exploração
da VIDA... seja substituída pela superação das desigualdades, pela compreensão
da diversidade e das diferenças, pela convivência, pelo fim do racismo e da
homofobia e da discriminação de gênero e de todos os outros preconceitos que
nos separam e afastam, pelo abandono das ações que geram escassez e pela adoção
de uma atitude que promova fartura (e que a distribua)... pela promoção da
VIDA, em todas as suas formas!
Que
agora pensemos em um mundo mais coletivo para o nosso futuro... já agora,
durante este período de distanciamento, extraordinário... e daqui para a
frente... como numa caminhada que vem sendo feita desde que o mundo é mundo,
antes mesmo do homem viver por aqui, e que toca a nós continuar...
Pois
é... acho que é para isso que serve mesmo a História... nos ajudar a seguir
caminhando... e eu também penso que estamos diante de uma grande transformação,
como nas revoluções que estudamos na História... e seremos nós, com nossas
escolhas e ações, que construiremos os seus caminhos e definiremos os seus
rumos... puxa, é bastante coisa!!!
Com
um grande abraço, cheio de afeto, amorosidade e esperança, do seu professor de
História!!!
Manoel
José
Nenhum comentário:
Postar um comentário